domingo, 3 de agosto de 2008

A Bossa Nova fez aniversário. Para comemorar, o jornal O Estado de São Paulo lançou um concurso de contos. Dentre as regras, além do número redusido de palavras, era preciso alocar em alguma parte do texto a frase: “Não quero mais esse negócio de você longe de mim”. Escrevi e me inscrevi, mas não fui selecionado.

De que adianta escrever se teu material nunca for puclicado?!?

Por isso aproveito a democracia eletrônica e publico aqui, em primeira mão, meu conto:


"Uma canção para o fim do mundo"


Lado A: Uma nova batida

Foi um milagre da ciência!

Olavo fora um boêmio. Trabalhava dignamente na transportadora que administrava. Nunca deixou faltar nada à esposa nem aos filhos. Mas nas noites, se entregava ao samba. Fumava, bebia, dançava, cantava e se encantava com as mulatas ao luar.

Não foi a farra que consumiu prematuramente seu coração. Algo acelerou o processo. Soubera depois que se tratava duma má formação, um engano do metabolismo. Um nome estranho que não ousava repetir.

De fato, eram duras as previsões de seu cardiologista. Não mais de seis meses. Não havia outra cura que não a drástica substituição.

Foram infernais meses na fila de espera por um doador compatível. Vendeu caminhões para financiar seu tratamento. Largou definitivamente a bebida, o cigarro, as mulatas, a boemia. Quase perdeu a alegria. Mas nessas horas de dor, algo novo também ocorreu. Pode rever sua família com outros olhos. A intensa dedicação da esposa. A perspectiva de perder o florescer de seus rebentos. Tudo isso o fez prometer a Deus que valorizaria cada segundo de sua nova vida se tivesse uma segunda chance. Seria definitivamente um novo homem.

Do seu doador soube apenas que fora um desiludido poeta que esmigalhou os próprios miolos com um tiro numa noite de angústia. Mas preservara-lhe o coração. Depois de muita tristeza e espera, Olavo sabia que sua vida recomeçava. Dentro de seu peito havia uma nova batida.

Lado B: A voz sussurrante

Seis anos após a cirurgia que lhe salvou a vida, Olavo se encontra num luxuoso edifício, comandando seu império de transportes. Um pai afetuoso e marido exemplar. Um ser importante no circulo social e político.

Só, em sua sala após uma reunião, ouve um sussurro: “Melancolia”. Procura em vão a fonte do som. A voz se repete: “Tristeza”. Em seguida, sente seu corpo chacoalhar contra sua vontade. O teto racha, lustres e objetos vêm ao chão.

Minutos depois é noticiado o primeiro grande terremoto da história de nosso país, deixando milhares de mortos e desabrigados. Desesperado, sem sinal no celular, já em seu carro, Olavo ruma em direção ao lar, à família. No caminho vê bolas de fogo precipitarem do céu escuro. No rádio, os mais incríveis fenômenos e calamidades são anunciados à exaustão. Nas ruas, fiéis de toda ordem anunciando o apocalipse. Ao passar frente a um cemitério, o inconcebível: cadáveres deixando seus túmulos e afligindo os cidadãos.

Chegando ao lugar de sua casa, só escombros, fogo, desolação.

Andando perdido frente ao inacreditável inferno que testemunhava, novamente um sussurro: “Não há paz”.

Assustado, depara-se com uma esquelética criatura apodrecida. Do crânio, faltava-lhe o tampo. Violentamente o ser lhe profana o peito puxando para fora o coração. Pasmo, em seus últimos instantes de vida, Olavo vê o monstro devorar-lhe o pulsante órgão, cochichando com lábios carcomidos: “Não quero mais esse negócio de você longe de mim”.

junho/julho de 2008

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Atenção,

Postei meus vídeos no Fiz TV, um site da TVA onde os vídeos mais votados são exibidos no canal Fiz TV da TVA.

acesse:

http://fiztv.uol.com.br/f/Usuario/index/8670

Assistam, votem, comentem, divulguem.

Conto com a colaboração de todos

Beijos Mil!!

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Eram os Deuses astronautas?

Passei este feriado nas alturas.
Na quinta assisti com meu grande amigo Luciano ao documentário de Erich von Däniken, “Eram os Deuses astronautas?”.
Já tinha lido o livro há alguns anos. Teoria interessante. O documentário é antigo e já está desatualizado e datado. Mas foi interessante rever a teoria. Sincronicamente, foi um convite do meu amigo que colaborou para o contexto do meu fim de semana.

Na sexta, usufrui dos ingressos que ganhei do Estadão para a exposição Star Wars.
Gostei da exposição. Figurinos, objetos de cena, gráficos, artes e storeboards. Recomendo para os fãs inveterados. Mas francamente, foi pouco para o preço do ingresso. Ainda bem que o meu eu ganhei.

De lá, esticamos para um cineminha. Queria ver Speed Racer. Meu irmão viu e falou muuuito bem. Mas pelo horário e pela fila, escolhemos Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal.
Aí começam as críticas. Primeiro pelo nome. Parece filme da Xuxa. P#T4 nome comprido!
O filme é um típico Indiana Jones. Entretenimento do começo ao fim fundamentado nalguma lenda antiga e distorcida pelos interesses dos roteiristas e dos estúdios. Mas esse foi demais. A começar com a KGB em plena área 51 durante a época da Guerra Fria. Haja imaginação! Salvo a referência ao primeiro filme (a arca perdida entre caixotes).

Daí nosso herói sobrevive a uma bomba atômica.
Aí vêm as melhores cenas, na minha opinião, realmente remetendo ao espírito dos filmes anteriores: a briga no bar e a perseguição de moto, quando Indiana entra por um lado do carro dos bandidos e sai pelo outro lado voltando para a garupa da moto. Uma cena digna dos dubles, como aquela do primeiro filme em que ele passa por debaixo de um caminhão.
Daí por diante a gente vai relevando, mas algumas coisas não dá pra deixar passar: as formigas carnívoras levando um russo para armazenar durante o inverno, o jovem Shia LeBeouf saltitando entre macacos feito um Tarzan de gel e a viagem por um incrível rio Amazonas que desemboca nas Cataratas do Iguaçu. Tremendo nonsense.

A história de fundo só vem corroborar o contexto sincrônico de meu fim de semana, entre deuses-astronautas, galáxias distantes e viagens interespaciais.
Nada de novo para quem já buscou um pouco por aí. Incluindo o fetiche de Steven Spielberg pelos ETs. O melhor de todos continua sendo o primeiro (Contatos Imediatos). Mas o excesso cansa né!
Respeito muito todos os trabalhos do cara, mas aprendi a desconfiar do Steven depois de A. I. – Inteligência Artificial. Os robôs do final seriam terrestres ou extraterrestres??? Essa é uma discussão para outros carnavais.

Para os fãs de ETs, Indiana Jones e para os que buscam um cinema de puro entretenimento, recomendo.

Agradeço ao Estado de São Paulo pelos ingressos, à Lu Pimenta pelas fotos e logistica e ao Otto Guenther pelo paitrocínio.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Apenas uma hora!

Escreva sobre a primeira coisa que te vier à cabeça.
Se os temas forem recorrentes, repetitivos, só comprovaremos o objeto das tuas obsessões.
Uma hora por dia. Se você conseguir sustentar a escrita durante uma hora todos os dias durante uma semana, conseguirá persistir por mais uma. E mais uma. Dá insistência perpetrar-se-á o hábito.
Torne essa hora santa e sagrada. Mais importante do que as orações matinais. Mais importante do que escovar os dentes após as refeições. Mais importante do que as sessões de desenhos dominicais.
Este hábito pode tornar-se o teu sustento e a fonte de criatividade que contribuirá para a insurreição de uma nova era.
É curioso o quanto subestimamos nossos talentos. Estas palavras bem colocadas, elevadas à potência das inúmeras pessoas que poderão predizê-las, significarão mudanças para toda humanidade. Mas, principalmente, mudanças na tua personalidade, na tua forma de ser, na tua vida.
Não se menospreze. Tacanho esse costume de nosso povo de minar a auto-estima comparando-se a alheios. De se privar das delícias de uma vida espontânea quando não se alcança as metas de sonhos insossos. De negar-se aventuras em troca da caça de sensações planejadas, idealizadas.
Portanto, atendendo aos apelos de minha alma, escrevo e revelo o mistério dos meus universos mentais.
E preciso começar comentando exatamente essa sensação de que falei a pouco: o menosprezo de nossos talentos.
Como posso negar ao mundo o apocalipse das idéias que me ocorrem, temendo um fracasso estranho prenunciado por uma bola de cristal rachada. Imagens opacas de meu medo infundado.
“Não vai dar certo. Como você vai publicar? Quem vai ler? O que vai te sustentar”
Nos meus ideais insanos já estou lá no programa do Jô, divulgando livros, filmes e outros trabalhos. É um sonho que sonho ser realizado. Esses mesmos ideais me cobram das possibilidades: “Como é que eu vou fazer tudo isso?!? Como é que vai ser o final?”
Como posso saber o final do livro que estou escrevendo se não começá-lo algum dia?
É uma ansiedade que quer ter-me ao alto do pódio antes mesmo de fazer a corrida.
E com sabedoria de alma que me aconselho à calma. Fazer de tudo, mas com passos de bebê.
O que posso fazer hoje. E só hoje.
Só hoje estou escrevendo, pelo intervalo de uma hora. Está hora é sagrada e nela me vejo ao espelho.
Estou diferente e mais maduro porque cumpri uma meta. Com passos de bebê durante uma hora revelei um mistério. Já estou diferente de quando comecei.
Para quem vir a ler este encanto, podem se passar poucos segundos. Quem sabe mais de um minuto. Haverão aqueles que aqui se reterão por mais de hora. Mas tudo que escrevi hoje iniciou-se do nada. E escrevi durante uma hora.

sábado, 8 de março de 2008

Crianças-Fantasma...

O fenômeno das crianças-fantasma hora e meia é reutilizado pelo cinema. É bem explorado nos orientais O Grito e Água Negra, a ponto de serem refilmados pelos americanos. No espanhol A Espinha do Diabo, filme do sombrio Guilhermo del Toro, estão lá novamente. Sem falar de Os Outros, e no hors concours O Sexto Sentido. Se falarmos de crianças assustadoras, não necessariamente fantasmas, aí a lista aumenta e se destaca a mais sinistra de todas, em A Profecia, mas já é matéria para outro papo.

Em O Orfanato, uma produção de Guilhermo del Toro, dirijida por Juan Antonio Bayona, retornamos ao tema.
Guilhermo parece gostar de órfãos. Estão no enredo de Espinha do Diabo e, até seu premiado Labirinto do Fauno, não deixa de ser protagonizado por uma órfã. Mesmo Hellboy, é um “órfão do capeta” adotado pelo Professor Trevor Bruttenholm, do Bureau de Pesquisa e Defesa do Paranormal.
Fazendo jus ao nome, estamos rodeados de órfãos em vários sentidos em O Orfanato. Mas os mais assustadores são os orfãos-fantasmas, em especial o menino com um saco de pano na cabeça (realmente dá arrepios).

Belén Rueda faz Laura, a esposa do casal que adquire esta casa, que foi o orfanato onde ela passou a infância, para agora transforma-la num lar de crianças deficientes. Acomapanham-nos o filho do casal, Simon (Roger Príncep) que tem mania de amigos invisíveis. Em algum momento os “amigos invisíveis” de Simon aumentam em número e ganham características mais específicas. Esses amigos contam uma verdade triste para Simon e também lhe ensinam o jogo da caça ao tesouro, onde algo que lhe é muito querido é escondido.

Como em toda história de criança, os pais não dão muita bola para as brincadeiras de Simon, até que ele some inexplicavelmente.
Não posso contar mais sem estragar as surpresas do filme.

É um suspense psicológico um tanto fechado na interpretação de Belén Rueda. Tem seus tons obscuros e alguns pontos fortes, que assustam um pouco, mas realmente nada de original. Como em todo filme ou história de fantasmas, os espíritos só permanecem entre os vivos quando tem assuntos inacabados por aqui. Não adianta fugir de um fantasma, nem se trancar num quarto em baixo da cama. São fantasmas, ora essas! Eles acham você. É melhor perguntar logo o que eles querem ao invés de passar metade do filme se assustando e fugindo deles.

O desfecho não será novidade para quem já viu Água Negra, refilmado sob a batuta do nosso Walter Salles.
Eu diria que a melhor seqüência está na revelação mediúnica, que conta com as participações de Geraldine Chaplin, como a médium, e do querido Sr. Barriga Edgar Vivar, como investigador paranormal.

Resumindo tudo, considero um filme fraco, mas que não deixa de ser interessante para quem gosta de suspenses e contos de fantasmas.

Precisamos de filmes mais originais sobre o tema. O que parece difícil depois de O Sexto Sentido. Eu e minha turma tentamos fazer nossa parte no curta Fantasmas Existem. Dêem uma olhada.

Agora, falando em Guilermo del Toro, não aguento mais esperar por Hellboy II. Sou fã dos personagens em quadrinhos e gostei muito da primeira adaptação. A continuação promete.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Viva Juno!

Um bom filme. Despretensioso, simples, com cara de independente. No final, menos é mais.
Confesso que o estilo do filme me lembrou muito Napoleão Dinamite, uma boa produção da MTV. Personagens não-convencionais, orgânicos, nada de Barbies e Kens.
A sinopse é simples. Uma jovem adolescente engravida do melhor amigo e resolve dar seu filho para adoção.
Mas a forma como isso é contado e o modo como a personagem principal nos é apresentada é muito divertida e emocionante.
Juno, muito bem interpretada por Ellen Page, é uma jovem diferente. Como eu li em algum lugar, é a amiga que todo garoto gostaria de ter.
Mas ela representa algo além: um novo tipo de mulher. Alias, as mulheres do filme são todas marcantes, fortes e independentes em vários sentidos. Enquanto os homens são meninos imaturos, a exceção talvez do pai de Juno (J. K. Simmons).
Juno é fruto de uma geração bombardeada pela mídia mas que ainda assim sabe o que quer. Vemos isso pelo seu jeito espontâneo, sua personalidade forte, decidida, desembaraçada. E pelo gosto musical.
O filme tem uma excelente trilha sonora.

Talvez o filme mostre a gravidez na adolescência como algo muito fácil. Mas por que tornar isso um drama?

Realmente, a exótica Diablo Cody, roteirista ganhadora do Oscar, fez por merecer. Não me parece o roteiro mais original do ano, mas é muito bom. Tomara que o prêmio não eleve tanto nossas expectativas para que os próximos trabalhos dela não nos decepcionem.

Recomendo Juno para jovens casais. E para todos que gostem de coisas diferentes.
O filme é muito bom.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Eu vi o monstro!

Assisti Cloverfield e fiquei impressionado.
De J. J. Abrams, mesmo produtor da série Lost, mais do que um filme, é uma experiência.
Tratam-se das imagens colhidas numa câmera de vídeo amador. Quem encontrou a câmera? Um dos muitos mistérios.

Como um incrível Big Brother, acompanhamos a festa de despedida de um rapaz e, de repente, um ataque põe todos em desespero. O Monstro do título ataca a cidade.
Somos colocados na aventura pelas mãos de Hud, o cinegrafista amador que não para de registrar um segundo.
O que é o monstro? De onde veio? Um Alien gigante homicida? Um revolto ser oriundo das fendas abissais das profundezas do oceano? Uma arma biológica que fugiu ao controle da armada americana? Um Kraken mitológico, leviatan sedento por sacrifícios humanos? Talvez nunca saibamos.

E assim somos levados até o fim, sem saber direito o que está acontecendo. Isso é o mais legal da experiência, é como se você pudesse partilhar do desespero dos personagens.
Podemos fazer um paralelo com “A Bruxa de Blair” no sentido da linguagem usada: as imagens trêmulas dos registros amadores “feitos” pelos próprios personagens.
Mas não consigo deixar de lembrar do coreano “O Hospedeiro” de Bong Joon-ho. Percebo algumas semelhanças nos monstros, dadas as diferentes dimensões. Porém o desespero, o exército, o toque de recolher, estão todos lá.

E não poderia deixar de lado uma constatação: os americanos adoram filmar sua auto-destruição.

A cena da cabeça da estatua da liberdade sendo lançada ao longe remete-me diretamente à explosão da Casa Branca em “Independence Day”. Logo em seguida outro símbolo vem abaixo, o mesmo que serviu de trono para o incomparável rei Kong, o rei de todos os monstros.

Desde sempre vejo em vários filmes americanos uma sede por autodestruição e calamidade. Um retrato de uma sociedade com sérios problemas de ordem psicológica.. Nunca vi e acho que nem veremos tão cedo um filme brasileiro de um monstro saído da represa Guarapiranga que lance ao longe a cabeça da estátua do Borba Gato lá da Avenida Santo Amaro, pondo em desespero a multidão do Largo 13 de Maio. Apesar de inúmeros outros problemas, inclusive na nossa auto estima, não temos a natureza belissista dos americanos que quando não têm inimigos, tratam de inventar um.

Se você quer uma experiência nova e não tem medo de monstros, assista Cloverfield. É bom.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Ganhei!
Participei de uma promoçõ do site Omelete e ganhei dois ingressos para a pré-estréia de Sweeney Todd, O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet.

Só de ouvir falar de uma nova produção, com direção de Tim Burton e estrelada por Johnny Depp, já fiquei com água na boca. Devia ter pesquisado mais sobre a produção antes. Mas, num impulso cinéfilo, participei da promoção e ganhei os ingressos, ainda com direito à pipoca e refri.

Meu irmão e eu estávamos todo contentes, muito bem acomodados nas poltronas do cinema, abocanhando nossa pipoca grátis e ansiosos pelo inicio do filme quando, logo na primeira imagem, bateu-me certo arrependimento.

O filme é um musical. Eu não sabia.

Sempre odiei musicais, desde quando eu era pequeno e ficava estatelado diante da TV assistindo de tudo, até a turma do Gasparzinho. Odiava quando aparecia um personagem qualquer e dizia: “Agora vamos cantar juntos, é só seguir a bolinha”, e começava a cantoria. Para mim era a hora de desligar a TV.

Dos poucos musicais que assisti até o fim, raros merecem minha pessoal aprovação. Adorei “Blues Brothers, os irmãos cara-de-pau”, gostei de “Chicago”, tenho nostalgia por “Sete noivas para sete irmãos”, nunca consegui assisir “Dançando na chuva” sem dormir em algumas partes e desliguei o DVD após 5 minutos de “Moulin Rouge”.

E lá estava eu diante de duas horas de cantoria.

Trata-se de uma adaptação do musical de mesmo nome de Stephen Sondheim. A estrela principal, interpretando o Barbeiro sedento por vingança do título, é Johnny Depp. Realmente num visual cadavérico e numa bela interpretação. O Cara canta!
O filme conta ainda com Helena Bonham Carter, esposa de Tim Burton, cujo visual lembrou-me muito sua atuação como Belatriz Lestrange no ultimo Harry Potter. Alias, recordei muito do Harry Potter pois o prof. Snape (Alan Rickman) também está lá, como o juiz malvado da cidade, e o roedor Peter Pettigrew (Timothy Spall) está numa excelente interpretação como o bedel.
Sacha Baron Cohen (o eterno Borat) também rouba cenas como o barbeiro rival de Sweeney Todd.

Tim Burton se supera em muitos aspectos neste musical. O visual gótico-dark é impressionante. Há um festival de gargantas cortadas, jugulares esguichando sangue, humor negro, ironia e canibalismo. Mas o pior de tudo é o tédio.
Em certos momentos o tédio é mais aterrorizador do que a navalha de Mr. Todd.

Eu gosto dos filmes do Tim. Adorei "Eduard mãos de Tesoura", "O cavalheiro sem cabeça", "Peixe Grande", as animações, e até "Marte-Ataca", que muita gente criticou, agradou-me com seu humor negro e sua ironia. Exceções às suas produções, só nas refilmagens "Planeta dos Macacos" e "A Fantástica Fábrica de Chocolates", que me parecem simplesmente desnecessárias e jamais superariam os originais. Adoro os UmpaDumpa de cabelos verdes e a interpretação de Gene Wilder como Willy Wonca da produção original.

Enfim, recomendo Sweeney Todd, O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet somente para os fãs fervorosos de Tim Burton e de Johnny Depp, e, é claro, para aqueles que tem estômago para duas horas de canções chatas e sem ritmo, regadas a muito sangue. Podia rolar uma dança dos cadáveres a lá Michael Jackson. Mas não rola. É Chato mesmo.

Mais sobre Tim Burton?! Assista Vincent, um curta genial:
http://www.youtube.com/watch?v=fxQcBKUPm8o

sábado, 26 de janeiro de 2008

Noite passada assisti “O Signo da Cidade”.
Uma ótima produção nacional, bem família, com roteiro, atuação e produção de Bruna Lombardi, direção e produção de Carlos Alberto Riccelli e atuação do filho do casal, Kim Riccelli.
Realmente, acima da média. Ótimas atuações dos veteranos Juca de Oliveira e Eva Vilma. Fotografia primorosa e um enredo dramático sem ser chato.
Críticas? Talvez a atuação de Denise Fraga. Nem sempre atores de TV funcionam bem no cinema né.
Perfeita a iniciativa de presentear São Paulo, no dia do aniversário da cidade, com uma estréia dessas a R$1,00. É claro também uma genial jogada de marketing. O brasileio ainda tem resistência às produções nacionais. Mas quem recusa um filme a R$1,00?!?
Se o filme for bom, o boca a boca faz o resto.
No caso de “O Signo da Cidade”, realmente o filme é ótimo.
Recomendo.

Mais informações:

http://www.osignodacidade.com.br
Van Dame, o Predador: A Lenda

Há duas noites eu estava sem fazer nada, deitado na rede em frente a TV, trocando canais a esmo, quando detive-me frente ao FX, onde passava Predador, o primeiro, com o Arnould e seus amigos fugindo do caçador de troféus alienígena.
Uns dias antes, numa mesa de bar, lembro-me de debater com meus amigos sobre a participação de Jean Cloude Van Dame nesse filme, travestido no próprio Predador. Parece consenso e todo mundo sabe que o Van Dame fazia o Predador.
Bem, o filme já estava da metade para o final. Resolvi assistir até os créditos exatamente para comprovar a lenda.
Nós créditos finais verifiquei, um a um, o nome dos artistas e de seus personagens, quando finalmente surgiu na tela:

Kevin Peter Hall as The Predator

O que!? Mas Como??? O bicho não era o Van Dame?!?


Imediatamente corri para a rede (a outra) para pesquisar o assunto. Na Wikipédia e em outros sites descobri que o Van Dame realmente chegou a vestir a fantasia de caçador alienígena, mas não foi adiante nas filmagens. Para sua declinação do papel existem duas teorias.
A primeira diz que, quando o ator e lutador belga descobriu que seu nome não iria figurar nos créditos iniciais do filme, ele mesmo abrira mão do papel, desistindo do projeto.
A outra, mais confiável na minha opinião, aponta que quando o belga já estava até trajado como o bicho, os produtores se deram conta de que todos os outros atores, os soldados que seriam caçados pelo predador, eram mais altos que a fera. Ou seja, as presas eram maiores que o predador. Temendo que esse fator desse um ar cômico para a película, os produtores substituíram o baixinho belga pelo dantesco (2,20m de altura) Kevin Peter Hall. O gigante do ébano faz ainda uma figuração no final do filme como um dos co-pilotos do helicóptero que resgata Arnould no fim do filme. O mesmo Kevin encarnaria novamente o caçador extraterrestre na continuação, Predador II, dessa vez caçando Danny Glover.

Impressionante não.

Mas continuei com minha pesquisa. Quem é Kevin Peter Hall??

Descobri que, entre outras participações em filmes de ficção, sempre trajado de monstro ou ET, o gigante negro participou de um seriado norte americano chamado Misfits Of Science que foi exibido aqui pela Globo na década de 80 com o nome de “Curto Circuito”. Alguem lembra disso???


Kevin era o Cientista grandalhão que, ao pressionar sua nuca, encolhia até o tamanho de um boneco Ken, da Barbie, por 14 minutos.

O seriado contava ainda com um fracassado rock star que tinha super velocidade e podia emitir raios elétricos, uma jovem telecinética vivida pela “amiga” Courteney Cox e um outro cientista presunçoso que não tinha nenhum poder.

Eu era moleque e não perdia um episódio dessa série. Eu via muita TV na época.

Enfim, Kevin Peter Hall teve um fim trágico. Vítima de um acidente de carro em 1990, sofreu transfusão com sangue contaminado, contraindo AIDS. Morreu em 1991, por complicações da doença, aos 35 anos de idade.

Curiosamente, ele também encarnou outro caçador teratológico no filme B Monster in the Closet (1987), o monstro do armário. Veja o Link:

http://www.youtube.com/watch?v=h-t4UmyyomE

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Tá ficando bom...



Eis um par de imagens do filme SeMFio



mais informações!?!

Não diga Alô... acesse:

http://www.semfioofilme.com.br/

Breve, num cinema perto de você!