sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Cinema vitaminado

Há muito tempo no cinema nacional não acontecia algo tão bom quanto “Reflexões de um liquidificador”. O roteiro de José Antônio de Souza não perde em nada para as obras de Charlie Kaufman.

Nada de bandido, nada de favela. Não que isso não seja importante, até como denuncia para o nosso cinema. Mas o Brasil não é só isso. A principal característica do povo brasileiro é a criatividade. E isso, esse filme resgata muito bem.
Tanto na produção em si quanto na sua estratégia de lançamento, “Reflexões” faz história. Pra quem não sabe, o filme está passando só no Espaço Unibanco. Toda exibição é precedida de um curta-metregem premiado. E nas sessões das 20h e 22h ainda há show de stund up comedi.

Fui na terça, 10/08/2010. Cheguei uns minutinhos mais cedo. Entrei e fiquei beliscando um salgadinho, pensando exatamente em estratégias de lançamento, em como trazer o público para a frente das produções nacionais. Rememorava a estratégia do filme da Bruna Lombardi, “O signo da cidade”, que foi lançado a R$1,00 no dia 25 de janeiro de 2008, como um presente para São Paulo. Quando de repente a Bruna e o Riccelli passaram na minha frente e sentaram ao meu lado, que nem um casal de jovens namorados. Me deu um puta dum arrepio que até suei. Depois da sessão até tentei falar com eles, mas lá tava cheio de famosos e eu não quis dar uma de repórter do TV Fama.

Mas falando do “Liquidificador”, tenho uma teoria. O eletrodoméstico representa a própria humanidade, adormecida na execução de suas funções, trabalhando como cabe ao objeto que cada um é. Até o momento que, por uma razão qualquer, criamos consciência. O ser desperta e deixa de ser coisa para ser “ser”. Como uma criança vindoura ao mundo, tudo é novidade e só importa degustar a experiência de cada momento, usando todo o livre arbítrio para jamais voltar à manipulação de outrem. Tem muito de taoísmo nessa história. Tem muito de Matrix nessa história. E tem muita poesia e gosto pela vida. Mas aparentemente é um filme de humor negro e moooorte.

Tive que parabenizar a Ana Lucia Torre por seu excelente trabalho. Quase que dô um abração nela, no meio daquele clima de reencontro de colegas de clube que ficou o saguão do Espaço Unibanco naquela noite.


Parabéns a Equipe.

Aos meus poucos leitores, um aviso: assistam em quanto é tempo. Diversão garantida!!

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