Tive a mágica experiência de assistir à peça “As Três Velhas” neste domingo. Já há algum tempo venho me embrenhando no prolífico universo das criações de Alejandro Jodorowsky e já escrevi aqui que não queria perder a oportunidade de ver essa peça, mas não poderia imaginar que fosse tudo tão intenso e profundo.
O estreito espaço do Galpão de Folias se transforma num útero acolhedor para uma revelação impactante. Somos confrontados com nossas máscaras e neuroses, brindados com a possibilidade de uma vida natural, onde os milagres acontecem quando aceitamos ser nós mesmos, com todas as aparentes idiossincrasias, sem julgamentos e condenações.
Congratulações ao elenco, à direção primorosa e às corajosas e despojadas interpretações. O que presenciei não foram simples atuações, mas a doação de corpo, voz e espírito, que não poderiam ser encaradas por qualquer um.
Maria Alice Vergueiro, Danilo Grangheia e principalmente Luciano Chirolli, nos impressionam.
Além de tudo há a simpatia da produção.
Eu vinha planejando assistir ao espetáculo sozinho, imaginando que não encontraria companheiros dispostos a encarar algo que muitos considerariam no mínimo inusitado. Mas de forma imprevista acabou que compartilhei a experiência com meus pais e meu grande amigo Luciano. Para todos nós foi um acontecimento marcante, denso e positivamente transformador.