sábado, 8 de março de 2008

Crianças-Fantasma...

O fenômeno das crianças-fantasma hora e meia é reutilizado pelo cinema. É bem explorado nos orientais O Grito e Água Negra, a ponto de serem refilmados pelos americanos. No espanhol A Espinha do Diabo, filme do sombrio Guilhermo del Toro, estão lá novamente. Sem falar de Os Outros, e no hors concours O Sexto Sentido. Se falarmos de crianças assustadoras, não necessariamente fantasmas, aí a lista aumenta e se destaca a mais sinistra de todas, em A Profecia, mas já é matéria para outro papo.

Em O Orfanato, uma produção de Guilhermo del Toro, dirijida por Juan Antonio Bayona, retornamos ao tema.
Guilhermo parece gostar de órfãos. Estão no enredo de Espinha do Diabo e, até seu premiado Labirinto do Fauno, não deixa de ser protagonizado por uma órfã. Mesmo Hellboy, é um “órfão do capeta” adotado pelo Professor Trevor Bruttenholm, do Bureau de Pesquisa e Defesa do Paranormal.
Fazendo jus ao nome, estamos rodeados de órfãos em vários sentidos em O Orfanato. Mas os mais assustadores são os orfãos-fantasmas, em especial o menino com um saco de pano na cabeça (realmente dá arrepios).

Belén Rueda faz Laura, a esposa do casal que adquire esta casa, que foi o orfanato onde ela passou a infância, para agora transforma-la num lar de crianças deficientes. Acomapanham-nos o filho do casal, Simon (Roger Príncep) que tem mania de amigos invisíveis. Em algum momento os “amigos invisíveis” de Simon aumentam em número e ganham características mais específicas. Esses amigos contam uma verdade triste para Simon e também lhe ensinam o jogo da caça ao tesouro, onde algo que lhe é muito querido é escondido.

Como em toda história de criança, os pais não dão muita bola para as brincadeiras de Simon, até que ele some inexplicavelmente.
Não posso contar mais sem estragar as surpresas do filme.

É um suspense psicológico um tanto fechado na interpretação de Belén Rueda. Tem seus tons obscuros e alguns pontos fortes, que assustam um pouco, mas realmente nada de original. Como em todo filme ou história de fantasmas, os espíritos só permanecem entre os vivos quando tem assuntos inacabados por aqui. Não adianta fugir de um fantasma, nem se trancar num quarto em baixo da cama. São fantasmas, ora essas! Eles acham você. É melhor perguntar logo o que eles querem ao invés de passar metade do filme se assustando e fugindo deles.

O desfecho não será novidade para quem já viu Água Negra, refilmado sob a batuta do nosso Walter Salles.
Eu diria que a melhor seqüência está na revelação mediúnica, que conta com as participações de Geraldine Chaplin, como a médium, e do querido Sr. Barriga Edgar Vivar, como investigador paranormal.

Resumindo tudo, considero um filme fraco, mas que não deixa de ser interessante para quem gosta de suspenses e contos de fantasmas.

Precisamos de filmes mais originais sobre o tema. O que parece difícil depois de O Sexto Sentido. Eu e minha turma tentamos fazer nossa parte no curta Fantasmas Existem. Dêem uma olhada.

Agora, falando em Guilermo del Toro, não aguento mais esperar por Hellboy II. Sou fã dos personagens em quadrinhos e gostei muito da primeira adaptação. A continuação promete.

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