Alma Perdida
Num dia chuvoso vi,
no céu nebuloso, uma luz cintilar.
Um anjo tristonho desceu.
Suas asas moveu pairando no ar.
Mirando-me os olhos ao fundo
falou-me do mundo em tom devagar.
Chorando, contou-me suas mágoas.
Encharcou-se nas águas de origem polar.
Confessou ressentir-se dos homens,
mulheres e jovens de todo lugar.
Sentia sua alma perdida,
de mal com a vida, vendo o fim triunfar.
Humilde, falei-lhe do divino.
Cantei-lhe um hino que aprendi no meu lar.
Lembrei-o da vontade infalível,
Do ser invencível que nos deu o dom de errar,
na certa mantendo a esperança
de que à sua semelhança aprendamos a perdoar.
Logo, o sábio não teme o fim,
pois sabe que assim pode recomeçar.
O pranto do amigo alado
foi posto de lado com seu soluçar.
Sorrindo o anjo sumiu
e o céu se abriu num conluio estelar.
Cantando consolei a um anjo
tocando meu banjo sob a luz do luar.
Senti em sua presença invisível
que tudo é possível, basta acreditar.
(Renato Guenther - 18/10/2010)
Um comentário:
Olá,
Interessante estas ideias que nos vem do... nada, não?
Publicar epifanias é bom tbem...
Abraços e até breve...
Kleber
Postar um comentário